quinta-feira, 22 de maio de 2008

Folha de S.Paulo - Justiça baiana manda recolher livro de padre - 17/05/2008

Folha de S.Paulo - Justiça baiana manda recolher livro de padre - 17/05/2008

Justiça baiana manda recolher livro de padre

Acusação é de ofensa contra "formas de espiritismo"

MANUELA MARTINEZ
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

A Justiça da Bahia determinou o recolhimento, em Salvador, de todos os exemplares de um livro escrito pelo padre Jonas Abib, fundador da comunidade católica Canção Nova, ligada à Renovação Carismática, ala conservadora da igreja.
Para o Ministério Público baiano, que pediu o recolhimento do livro "Sim, Sim! Não, Não! Reflexões de Cura e Libertação", da editora Canção Nova, o padre cometeu o crime de "prática e incitação de discriminação ou preconceito religioso", previsto na lei 7.716, de 1989. Cabe recurso à Justiça.
De acordo com o promotor Almiro Sena, Abib faz no livro "afirmações inverídicas e preconceituosas à religião espírita e às religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, além de flagrante incitação à destruição e ao desrespeito aos seus objetos de culto".
A ação cita trechos do livro que, na avaliação da Promotoria, trazem ofensas ao espiritismo e às religiões afro-americanas. "O demônio, dizem muitos, "não é nada criativo". (...) Ele, que no passado se escondia por trás dos ídolos, hoje se esconde nos rituais e nas práticas do espiritismo, da umbanda, do candomblé", diz Abib na obra.
Em outro trecho, o padre diz que "o espiritismo é como uma epidemia e como tal deve ser combatido: é um foco de morte". Também há referência ao culto a imagens. "Acabe com tudo: tire as imagens de Iemanjá (que na verdade são um disfarce, uma imitação de Nossa Senhora). Acabe com tudo! Mesmo que seja uma estátua preciosa, mesmo que seja objeto de ouro, não conserve nada. Isso é maldição para você, sua casa e sua família."
Para o Ministério Público, o livro ofende o princípio de liberdade de crença previsto na Constituição Federal, e afronta as "integridade, respeitabilidade e permanência dos valores da religião afro-brasileira" previstos na Constituição baiana.
Como atua em Salvador, o promotor pediu o recolhimento da obra só na capital, onde o livro é vendido por R$ 15,90. Segundo a Promotoria, foram vendidos 400 mil exemplares no país em 2007. Para Sena, isso "demonstra a amplitude alcançada pelas idéias contidas no seu conteúdo e o grave risco de propiciar o acirramento de conflitos étnico-religiosos".
O juiz Ricardo Schmitt acatou a denúncia contra o padre e mandou intimá-lo a comparecer a audiência de interrogatório, em dia a ser definido. A pena prevista neste caso é de um a três anos de prisão, e multa.

Outro lado
Em nota, a Canção Nova informou não ter sido comunicada da decisão judicial. Negou, contudo, que o livro incorra em preconceito religioso. "A obra é meramente conceitual e não tem o propósito de incitar qualquer discriminação ou preconceito religioso."
A nota afirma ainda que Abib "sempre se pautou pelo profundo respeito a todas as pessoas e ideologias, difundindo a doutrina da Igreja Católica e o amor cristão através dos meios de comunicação". Diz que o propósito do livro é "orientar os católicos a viverem com coerência a vida cristã de acordo com a linha filosófica e teológica defendida pela igreja."

quarta-feira, 21 de maio de 2008

INFO Online - Internet Buzz - Blog da Sandra Carvalho – Enviado usando a Barra de ferramentas Google

INFO Online - Internet Buzz - Blog da Sandra Carvalho

Sites de legendas, caso de polícia?


Deu na Folha de S.Paulo de hoje, na coluna da Monica Bergamo: a PF vai disparar uma blitzkrieg contra os sites de legendas, geralmente legendas de seriados americanos.

 Bem, a luta contra o crime organizado, os traficantes e os corruptos deve estar indo muito bem, para a PF ter tempo de se voltar contra redes online de jovens tradutores que se unem para legendar em horas seriados baixados da internet porque demoram séculos para passar no Brasil.

 As chances de a ofensiva da PF assustar os garotos que mantêm esses sites e fechar seus endereços para sempre é alta. Baixa é a probabilidade de outros garotos, animados pelo mesmo desafio, não abrirem outros sites para fazer exatamente a mesma coisa.

Pensando do lado prático: a maneira mais fácil e mais efetiva de acabar com os downloads de seriados e a mania de legendá-los a toque de caixa seria trazer para cá os seriados em lançamentos simultâneos, nos mesmos dias em  que eles são lançados nos Estados Unidos.

Assim, todo mundo veria tudo na TV, com as legendas oficiais, ou na web, mas nos conformes - no Terra, por exemplo, que já exibe seriados.  Junto com os programas, o público assistiria também aos comerciais que são a base de sustentação das séries, e todo mundo ficaria feliz.

 Ah, estúdios e produtoras não conseguem legendar os episódios vapt-vupt? Bom, bastar contratar a turma que faz as legendas  por fora atualmente. E um revisor rápido, porque os erros de português dessas traduções não são brincadeira.  

 O que não é realista é misturar essa garotada que traduz seriados e distribui legendas gratuitamente com grupos criminosos que exploram comercialmente, aos milhões, cópias ilegais de grandes sucessos de Hollywood.

 Esses são dois assuntos diferentes, que pedem abordagens diferentes. Que ambos sejam tratados como caso de polícia só mostra o quanto a P